Evento discute educação e oportunidades de trabalho para jovens

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Debate sobre a Lei de Aprendizagem teve apoio da Fundação Roberto Marinho

Menos de 10% da população entre 14 e 17 anos está em programas de aprendizagem e apenas 34% do potencial de vagas oferecidas no mercado para esse nicho estão preenchidas. Para ampliar o debate sobre a Lei de Aprendizagem — que determina que empresas de médio e grande portes componham seu quadro de funcionários com de 5% a 15% de aprendizes (entre 14 e 24 anos) —, o Centro de Integração Empresa-Escola (CI-EE), com apoio da Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo, promoveu ontem em São Paulo o seminário “Aprendizagem profissional e inserção qualificada de adolescentes e jovens no mercado de trabalho”.

O debate contou com a participação de representantes de órgãos governamentais e entidades que abordaram questões como os mecanismos de acesso dos jovens ao mundo do trabalho, a sensibilização de empregadores para o oferecimento de vagas e a articulação política e de órgãos públicos para inclusão dos adolescentes no mundo do trabalho.

89 MIL NO APRENDIZ LEGAL

O programa Aprendiz Legal, voltado para a preparação e inserção de jovens no mundo do trabalho, realizado pela Fundação Roberto Marinho e implementado pelo CIEE, foi um dos assuntos do seminário. Atualmente, o número de aprendizes do programa ultrapassa os 89 mil, distribuídos por mais de 16 mil empresas em todos os estados. — Os números do Aprendiz Legal são para nós razão de orgulho, mas não o suficiente: é preciso avançar. É fundamental que o país adote práticas de inserção produtiva do jovem associada à inclusão escolar. Ressalto a importância de se construir alianças e parcerias no âmbito da sociedade civil — disse o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto.

Para Luiz Herberto Muller, diretor de inclusão Produtiva Urbana da Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema pobreza, é necessário que a qualificação profissional esteja vinculada à escola para que os alunos não abandonem o estudo em detrimento do trabalho. Ele ressalta a necessidade de uma mudança de mentalidade para que as empresas não vejam a Lei de Aprendizagem como mera obrigação. — A aprendizagem não tem que ser encarada como mais uma incumbência tributária. As empresas que têm experiência com aprendizes sabem que isso não é verdade, que os jovens acabam galgando postos na própria empresa.

A opinião de Muller é partilhada por Aparecida Lacerda, gerente-geral de Educação Profissional da Fundação Roberto Marinho. Para ela, o maior desafio é sensibilizar as empresas quanto à Lei de Aprendizagem e a contratação de jovens. — A lei garante duas coisas importantes: o estudo e o trabalho. Precisamos promover o entendimento dela para que as empresas percebam o seu potencial transformador. O fato de estarem todos reunidos aqui é um sinal de sinergia muito grande — disse.

O presidente do Conselho Diretor do CIEE Nacional e do Conselho de Administração do CIEE/SP, Luiz Gonzaga Bertelli, fez um balanço positivo do evento, para ele um movimento em prol da educação e da qualificação profissional. — Formar jovens de maneira adequada é certeza de um amanhã promissor. Um país que quer crescer precisa tratar a educação como prioridade absoluta.

Fonte: O Globo

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