Programa Jovem Aprendiz – Oportunidade para empresas e jovens

Aprendiz

Por Luiz Müller e Luciano Maduro

Nos últimos dez anos, cada vez mais adolescentes e jovens ingressaram no mercado de trabalho via a aprendizagem profissional. Em dezembro de 2014, o número de vínculos ativos de aprendizes alcançou quase 700 mil (697.149), patamar inédito na série histórica, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade também tem se beneficiado dessa expansão.

Cruzamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) entre as bases da RAIS e do Cadúnico identificou que 41% dos contratados como aprendizes são inscritos no Cadúnico. Esse percentual representa 286.859 mil indivíduos, dos quais 123.338 são beneficiários do Programa Bolsa Família – PBF (17,7% do total).

Os números são expressivos. E há espaço para mais crescimento. O MDS quer aproveitar o potencial de contratação de aprendizes para incluir mais adolescentes e jovens do Cadúnico e do PBF. Em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que coordena a política em nível nacional, o MDS irá somar-se aos esforços para ampliar a aprendizagem profissional por meio de sua atuação na rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A extensão e a capilaridade dessa rede irão contribuir para promover a mobilização e o encaminhamento de jovens em situação de vulnerabilidade para a aprendizagem.

Esses jovens têm demonstrado enorme interesse pela qualificação profissional e preparação para o mundo do trabalho, como a experiência do Pronatec/Brasil Sem Miséria testemunhou. O segmento etário de 16 a 29 anos representou 57% do total de matrículas registradas na iniciativa entre 2012 a 2015, ou seja, 1.057.747 indivíduos.

Há muitos motivos para acreditar que o interesse dos adolescentes e jovens pela aprendizagem profissional seja ainda maior. Voltado para a faixa etária de 14 a 18 anos, o instituto concilia inserção no mercado de trabalho com frequência no ensino regular. Garante um contrato formal de trabalho, de até dois anos, com jornada de trabalho regrada, de 4 horas, no contraturno escolar, e recebimento de salário mínimo/hora.

Os programas de aprendizagem são organizados em itinerários formativos, o que permite a construção gradual e abrangente de conhecimentos sobre uma determinada família de ocupações. As metodologias dos programas de aprendizagem atuais aliam educação para o trabalho com orientação vocacional e sublinham o desenvolvimento de competências comportamentais e sociais para o mundo do trabalho, que são altamente valorizadas por empregadores. Essas características impactam positivamente o potencial de empregabilidade dos participantes do programa.

Aprendizagem profissional abre também aos jovens em situação de vulnerabilidade o acesso a empresas de médio e grande porte, que são obrigadas legalmente a cumprir cotas de aprendizes. Tais empresas são em geral as que empregam mais tecnologia e pagam os melhores salários aos seus trabalhadores. A experiência profissional nesse segmento empresarial será de grande valor para a trajetória ocupacional dos participantes do programa.

O Pronatec/Brasil Sem Miséria mostrou que é possível mudar a vida dos jovens inscritos no Cadúnico e beneficiários do Programa Bolsa Família com uma estratégia coordenada entre as políticas de qualificação profissional e de assistência social. A aprendizagem profissional representa outra e importante oportunidade para promover a superação do ciclo intergeracional de pobreza e construir um futuro mais promissor para esses jovens.

 

Jovem Aprendiz: No RS, Jovens identificados pelos CRAS entram no mundo do trabalho através da Lei do Aprendiz

Jovens de Territórios de Paz ingressam no mercado de trabalho

01/09/2014 às 18:03
PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 21.09.14: Aula inaugural do Programa Aprendiz Legal nos Territórios de Paz de Porto Alegre. Foto: Alina Souza/Palácio Piratini
Os 84 alunos do Programa Aprendiz Legal assistiram à aula inaugural do projeto, conduzida pela secretária da Justiça,

Jovens moradores dos Territórios de Paz da capital deram o primeiro passo para suas carreiras profissionais na tarde desta segunda-feira (1º). Os 84 alunos do Programa Aprendiz Legal assistiram à aula inaugural do projeto no Centro Cultural CEEE Érico Verissimo, em Porto Alegre, que contou com a participação da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Os estudantes de 1º e 2º ano do Ensino Médio terão aulas teóricas e práticas para prepará-los ao mercado de trabalho. Pelo programa, durante a capacitação, eles já podem ser contratados, ter a Carteira de Trabalho assinada, e receber uma bolsa de R$ 434,00 e vale-transporte. A jornada diária é de 4 horas e a duração do contrato, de 17 meses.

A ministra Tereza Campello enfatizou o cumprimento da Lei da Aprendizagem, que oportuniza que jovens trabalhem a partir dos 14 anos no turno inverso ao da escola. “Essa ação integrada entre Estado e entidades parceiras cumpre a lei priorizando quem mais precisa, contribuindo para a inclusão desses jovens e o desenvolvimento social por meio dessas oportunidades”.

A iniciativa é do Programa RS na Paz, da Secretaria da Segurança Pública, em parceria com Banrisul, CIEE e Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), e faz parte do Programa Jovem Aprendiz, do Governo Federal.

Jaderson William Franco de Lima, 15 anos, está ansioso pelo começo das atividades do projeto, já que será a primeira vez que vai trabalhar. “Acho que as aulas vão me ajudar a conversar melhor com o público”. Morador do bairro Santa Tereza, ele já sonha com o próprio negócio. “Vou guardar o dinheiro para pagar um curso de mecânica automotiva e ter a minha empresa”, planeja.

Lucielly Carpes Mença, 14 anos, mora na Lomba do Pinheiro e conta que nem todos os jovens do bairro optam pelo caminho dos estudos e do trabalho. Mesmo assim, ela fez questão de se inscrever no programa. “Quero ajudar em casa, abrir uma poupança, fazer uma faculdade e dar muito orgulho aos meus pais”.

O secretário da Segurança Pública, Airton Michels, destacou que os Territórios de Paz trabalham com prevenção e oportunidades. “Hoje a distância entre os jovens que moram em bairros mais distantes e as oportunidades é meramente geográfica. Este projeto já os insere no mercado de trabalho.”

A secretária de Justiça e Direitos Humanos, Juçara Dutra, conzudiu a aula inaugural. O cerimonial foi apresentado pela articuladora do Programa Nacional Juventude Viva, Malu Viana, e pelo coordenador da Associação Alvo Cultural, W Negro. Ao final, teve apresentação de rap com Robert Roz.

Original em http://www.estado.rs.gov.br/conteudo/203101/jovens-de-territorios-de-paz-ingressam-no-mercado-de-trabalho

Texto: Patrícia Lemos
Edição: Redação Secom