ONU exalta parceria de US$ 452 mi em agricultura familiar com o Brasil e projeta investimentos

Desenvolvimento rural

Governo e agência das Nações Unidas são parceiros em seis projetos rurais que beneficiam 250 mil famílias no Nordeste
por Portal Brasil
Segundo ONU, o Brasil foi escolhido por causa dos índices rurais

Segundo ONU, o Brasil foi escolhido por causa dos índices rurais

O esforço conjunto em agricultura familiar do Brasil com o Fundo Internacional de Investimento Agrícola (FIDA), agência especializada da ONU para o desenvolvimento rural, foi bem avaliado pelo Escritório Independente de Avaliação (IOE) do órgão. Com os resultados positivos, o FIDA espera investir mais US$ 50 milhões nos próximos três anos no País, aumentando seu apoio ao aprimoramento da agricultura familiar e ao combate à pobreza rural.

O desempenho e as recomendações foram apresentadas no seminário “Mesa-Redonda Nacional”, nesta quinta-feira (22), no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília. Atualmente, o FIDA colabora com 32% da verba necessária para seis projetos que estão em andamento no Nordeste. O governo federal é responsável pelo restante. As ações, que acontecem em oito estados, beneficiam mais de 250 mil famílias rurais e visam fortalecer a atividade agrícola familiar na região. No total, o FIDA ajuda com o financiamento de US$ 452,9 milhões.

“O Brasil é o nosso maior e mais emblemático programa na América Latina e vai continuar assim. Estamos muito felizes com os resultados aqui”, disse a vice-presidente da Associada do Departamento de Serviços Corporativos do FIDA, Lakshmi Menon.

Desde 2007, quando foi feita a última avaliação dos programas para promoção da transformação rural, o IOE concluiu que o desempenho brasileiro evoluiu em termos de gestão da água, melhoria de produtividade e empoderamento dos beneficiários. “É preciso lembrar que os resultados positivos são fruto de uma parceria com o governo federal e  de seus projetos, que já atuam no combate a pobreza rural, como por exemplo o Água Para Todos e o Luz Para Todos”, lembrou o presidente do IOE, Oscar Garcia.

Segundo Menon, a região foi escolhida por causa dos índices brasileiros. “O Brasil tem 30 milhões de pessoas vivendo no campo e praticamente metade dessa população rural está no Nordeste. É onde também temos a maior concentração de pobreza rural e onde as pessoas podem se empoderar através da agricultura familiar”, explicou.

A parceria do FIDA-Brasil já resultou, desde o início, em 1980, num investimento de US$ 825 milhões. Nesse período, foram beneficiadas mais de 360 mil famílias rurais pobres.

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a parceria é estratégica para manter a segurança alimentar da população e o desenvolvimento da agricultura familiar no Nordeste. “Já temos avanços no tema, como o Plano Safra do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], mas a parceria com o FIDA assegura o avanço do setor com sustentabilidade”, avaliou.

A estratégia do Ministério, segundo Ananias, é estimular o cooperativismo e a agregação de valor dos produtos da agricultura familiar para garantir aos produtores a chance de crescer. “70% do alimento hoje é feito pela agricultura familiar. O trabalhador do campo quer produzir em quantidade, qualidade e sem destruir o ambiente e o governo trabalha para que isso seja possível”, concluiu.

Fonte: Portal Brasil

“Tínhamos 54 milhões de pessoas que viviam abaixo da pobreza”, relembra Lula no Paraguai

Horácio Cartes, presidente do Paraguai, segura o cartão do Bolsa Família e Lula mostra o do Tekoporã. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Nesta terça-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou em Assunção, capital do Paraguai, de um seminário sobre os 10 anos do programa de transferência de renda do país, o Tekoporã. Lula contou a experiência do Brasil na redução da pobreza, levando o país a sair do Mapa da Fome da ONU.

O presidente paraguaio Horácio Cartes apresentou Lula como “um amigo do Paraguai”, ressaltando que as políticas públicas de seu governo tiraram dezenas de milhões de brasileiros da pobreza e inspiraram as políticas sociais também em seu país, em busca de um desenvolvimento econômico inclusivo. O programa Tekoporã passou por três administrações no país ao longo de 10 anos e beneficia mais de 600 mil pessoas. O objetivo é o objetivo é eliminar a pobreza de uma geração para a outra.

Lula lembrou que quando chegou ao governo o Brasil tinha 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. “Era naquele instante, que não tinha dinheiro, que nós tínhamos que dar o exemplo da inclusão dos mais pobres no orçamento da União.” E das várias viagens que tem feito pelo mundo após deixar o mandato, defendendo políticas públicas de inclusão social e transferência de renda. “Eu tenho viajado por vários países da África e da América Latina, e tenho tentado convencer os presidentes a colocar um dinheirinho para os pobres que não estão aqui, para tentar incluí-lo no orçamento da União com o mesmo carinho que eu incluo outros setores da sociedade”, lembrou Lula.

O ex-presidente defendeu o papel insubstituível do Estado nas políticas sociais, já que nenhuma empresa fará investimentos sem esperar retornos financeiros. “Só quem pode fazer o investimento que o único retorno é a saúde a escola de uma criança e não ter retorno financeiro, é o Estado. Só o Estado pode garantir que as pessoas tenham igualdade de oportunidades e condições.”

O papel central da mulher, da mãe de família, que recebem mais de 90% dos cartões do benefício, também foi lembrado. “A mulher tem mais compromisso com a família, com o bem-estar dos seus filhos.”

Outras políticas sociais, que integradas ao Bolsa Família tiraram 36 milhões de pessoas da miséria, também foram lembradas, como os 50 milhões de hectares disponibilizados para a Reforma Agrária, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e o Luz Para Todos, que levou energia para cerca de 15 milhões de pessoas.

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Fonte: Instituto Lula

Joaquim Castro: produção para o Programa de Aquisição de Alimentos, primeiro carro e casa nova

O valor do quilombola – “O que está dando dinheiro mesmo é o mamão e a mandioca”. É assim, com palavras simples e voz acanhada, que Joaquim Fernandes de Castro, 54 anos, explica o que produz na comunidade quilombola Fazenda Ema, a 22 quilômetros de Teresina de Goiás (GO). Joaquim sempre viveu da roça, mas a renda era baixa e instável.Joaquim Castro

Hoje ele não precisa mais tentar vender a produção na cidade, como fazia em outros tempos. Há dois anos, comercializa tudo com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), estratégia que integra o Brasil Sem Miséria e possibilita a superação da pobreza no campo, com a inclusão de pequenos agricultores em uma rota produtiva.

Perseverante, Joaquim conseguiu vender, no ano passado, o limite do PAA para o produtor individual: R$ 4,5 mil. Com o dinheiro e mais o que lucrou com a venda de quase 200 quilos de sementes nativas de capim-andropogon, comprou seu primeiro carro – um Uno Mille, ano 1991. “Paguei R$ 5,5 mil e não me arrependo”, conta, orgulhoso.

O carro transporta, além do mamão e da mandioca, as hortaliças produzidas por ele. “Já teve tempo que carregava um saco de 20 quilos nas costas por dois quilômetros até a pista. Depois, pegava um ônibus ou uma carona até a cidade”, lembra o agricultor, que já planeja “comprar um carrinho melhor”. Mas antes quer aumentar a produção e, consequentemente, a renda da família.

Para ele, o quilombola “está sendo uma pessoa de valor para o governo”. Na comunidade, acredita o agricultor, a vida melhorou muito com o programa Luz Para Todos e o de habitação quilombola, do Ministério das Cidades, e outros benefícios sociais. Com a energia elétrica, por exemplo, as famílias da região passaram a armazenar os alimentos e utilizar eletrodomésticos.

Joaquim recebeu uma casa de alvenaria, graças a políticas públicas do governo federal. A esposa Cenira – que é merendeira em uma escola municipal – e os seis filhos são beneficiários do Bolsa Família. Com o benefício, comprou um fogão novo e aposentou de vez o à lenha. A família planta milho, feijão, arroz e batata para consumo próprio. Deixa para comprar na cidade apenas o óleo e a carne. “O Bolsa ajudou na educação dos meninos e a comprar comida, roupas, fogão e geladeira. Ajudou em tudo”, relata Joaquim.

Texto: Rejane Gomes
Reportagem: André Gomes, Cristiane Hidaka, Isadora Lionço e Pamela Santos, Luiz Cláudio Moreira e Márcio Leal

SUPERARAÇÃO DA POBREZA

Planos para o futuro – “Tenho esperança de crescer na minha profissão e uma vontade muito grande de trabalhar com palestras de motivação. Penso também em escrever um livro de como mudar de vida. Quero retribuir o que fizeram por mim”, diz, emocionada, Regiane Severo da Silva, 36 anos, moradora de Jacupiranga, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo.

Mãe de três filhos (15, 8 e 4 anos), ela e o marido Jeferson Kennedy Pereira, 41 anos, enfrentaram tempos difíceis. Ele trabalhou durante anos no cultivo da banana, atividade típica da região. Mas o que ganhava não era suficiente para sustentar a família. Depois, veio o desemprego.

Para sair da situação, em 2007, Regiane pediu ajuda no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade. Lá, ficou sabendo que tinha direito a receber o Bolsa Família (R$ 166). Também conseguiu qualificação. Fez diversos cursos de artesanato (fuxico, patchwork, crochê e tricô). “O mais importante foi aprender que não era só receber o benefício. Eu tinha que continuar e ir mais longe. Procurei me qualificar e reinvesti o pouco que ganhava no meu artesanato”.

Jeferson relembra que não foi fácil manter a família como sempre sonhou. Não esquece o dia em que o filho – na época com dois anos pediu: “Pai, acende a televisão?”. A energia elétrica tinha sido cortada por falta de pagamento.

“Naquele dia, jurei que isso nunca mais ia acontecer. Essa foi a maior dor da minha vida. Energia elétrica dentro de casa eu não deixo faltar não”, garante ele.

Regiane também conseguiu emprego e devolveu o cartão do Bolsa Família. Formada em Magistério, ensina a crianças da pré-escola em uma instituição particular. Também voltou a estudar. Faz Pedagogia. Mas não abandonou o artesanato, que continua a complementar a renda.

Relata que sempre oferece ajuda às mães dos seus alunos para que elas tenham também a oportunidade de se qualificar e mudar de vida. Quer retribuir o apoio e a amizade que recebeu na fase mais dura de sua vida. “O ser humano precisa de uma oportunidade na vida, de alguém que acredite nele”, assegura.

Texto: Rejane Gomes

Reportagem: André Gomes, Cristiane Hidaka, Isadora Lionço e Pamela Santos, Luiz Cláudio Moreira e Márcio Leal

Bolsa Família e Bolsa Verde ajudaram Luceildes e sua família a ter mais qualidade de vida

Luceildes Maciel

O futuro na floresta – A beneficiária do Bolsa Família Luceildes Fernandes Maciel, 38 anos, nasceu e foi criada às margens do rio Moa, no Acre. Ela é exemplo de uma das principais características das políticas sociais brasileiras, a capilaridade, que possibilita alcançar os brasileiros mais pobres nos 5.570 municípios de um país de dimensão continental.

Para chegar até a comunidade onde a beneficiária vive com a família, leva-se quatro horas de barco a motor, partindo da cidade de Mâncio Lima, a mais ocidental do Brasil e mais distante em linha reta da capital federal. Casada, Luceildes é mãe de quatro filhos – entre 21 e 14 anos – e avó de dois netos. Ela e o marido plantam mandioca, milho, arroz e banana. Do rio, vem o peixe.

Antes de entrar para o Bolsa Família, vivia apenas da agricultura. “Tínhamos o alimento, mas precisávamos ir até a cidade tentar vender nossa farinha de mandioca”, conta ela. “A produção era para comprar o que faltava. Agora, podemos fazer compras na cidade sem preocupação”.

Aos poucos, o casal foi melhorando a casa de madeira. São três quartos, todos com cama, sem luxo. Só dois filhos moram com ela. Na sala, não faltam sofá e televisão; na cozinha, fogão, geladeira e freezer. Tudo novo. As panelas brilham; refletem até mesmo o olhar surpreso dos visitantes. São guardadas uma ao lado da outra, como se estivessem na vitrine de uma loja. “Um brinco!”, elogia a repórter. Ela timidamente abaixa a cabeça e sorri orgulhosa.

O que Luceildes compra de alimentos, ela divide com as duas filhas casadas. Parte do enxoval dos dois netos foi comprada com o dinheiro do programa. Destaca que não é só o Bolsa Família que ajuda. Beneficiária do Bolsa Verde, programa do Plano Brasil Sem Miséria que incentiva a conservação do meio ambiente e a melhoria das condições de vida de quem vive da floresta, ela recebe R$ 300 a cada três meses.

Planta apenas em áreas de capoeira, distantes duas horas a pé de sua casa. “Temos consciência de que, se desmatarmos, não teremos mais terra para cultivar nossas plantações”. A repórter pergunta se um dia ela pensa em sair da beira do rio Moa: “Nem pensar. Sou feliz aqui. Tenho tudo”.

Texto: Rejane Gomes
Reportagem: André Gomes, Cristiane Hidaka, Isadora Lionço e Pamela Santos, Luiz Cláudio Moreira e Márcio Leal

Com mais oportuniddes, brasileiros ultrapassam barreira da exclusão e da miséria

Delci Lutz

No estreito sobrado de madeira na vila Grande Gala, em Novo Hamburgo (RS), Delci Lutz cria e costura figurinos para espetáculos de dança e teatro. No extremo oeste do Acre, a ribeirinha Luceildes Maciel planta mandioca para fazer farinha. Em Jacupiranga (SP), Regiane Silva dá aulas para crianças da pré-escola.

Essas brasileiras não se conhecem. São mulheres que ultrapassaram barreiras de exclusão e superaram a pobreza com o apoio dos programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e as ações do Plano Brasil Sem Miséria, e de uma rede de proteção social que se amplia e se consolida a cada ano.

Mãe de dois filhos, Delci Lutz, 49 anos, teve o apoio desses programas para construir uma nova vida pra si e os dois filhos – Graziele e Daniel, de 18 e 17 anos. Há um ano, formalizou o próprio negócio, a “Delci Figurinos”, graças ao programa Microempreendedor Individual (MEI). Enfrentou a barreira invisível da exclusão e pôde esquecer as duras palavras do pai que repetia, a toda hora, que ela tinha que conseguir um emprego e esquecer essa “história de trabalhar por conta própria”.

“Sempre acreditei que ia fazer algo diferente, mas faltava um voto de confiança. Aí veio o Bolsa Família para me ajudar. Depois, o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e o Sebrae me ajudaram no meu sucesso”. Em 2012, Delci fez dois cursos do Pronatec: o de desenho de moda pelo Senac e o de desenhista de calçados pelo Senai. Os filhos seguiram os passos dela. Fizeram o curso de auxiliar administrativo do Pronatec, voltado ao público do Brasil Sem Miséria. Hoje, ajudam na parte administrativa da “Delci Figurinos”.

A figurinista aumentou o ritmo de produção nos dois últimos anos, por conta das encomendas que só crescem. A agenda esteve lotada de pedidos até o final do ano. Delci conta que gosta de pesquisar figurinos e “fazer peças únicas”. “Fazer figurino é diferente, é descoberta, é desafiador para mim”.

No pequeno ateliê nos fundos do sobrado onde a família mora, são produzidos figurinos para espetáculos de teatro e dança, além de vestidos de festa, o que rende à empreendedora entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil por mês. Ela já comprou duas máquinas industriais para “melhorar a produção”. Antes, a renda da família era de apenas meio salário mínimo.

A época mais difícil coincidiu com o fim do casamento. Os compromissos pesaram sobre seus ombros. Sozinha, criou os dois filhos. Naquele tempo, já fazia roupas por encomendas, mas o que ganhava não era suficiente para sustentar as crianças.

Entrou para o Bolsa Família para conseguir um complemento para sua renda. Também teve a chance de voltar a estudar. Hoje, Delci tem ensino médio completo e quer fazer faculdade de moda no ano que vem.

“A gente passou por uma situação bem difícil. Criei os meus filhos sozinha. Há muito tempo, somos só nós três. O Bolsa Família me ajudou muito a pagar as contas e dar segurança para eles”, ressalta.

Em julho de 2014, devolveu o cartão do Bolsa Família em uma solenidade de formatura do Pronatec em Novo Hamburgo. Contou sua história em poucas palavras, mas com muita emoção. “É com muito orgulho que entrego o meu cartão”, disse na época. Assim como Delci, outras 2,8 milhões de famílias deixaram o Bolsa Família porque melhoram de vida.

Quando lhe perguntam sobre o futuro, ela sorri e diz: “Acho que estou chegando onde imaginei. Queria ter o reconhecimento desse meu trabalho. Estou muito realizada”.

Texto: Rejane Gomes
Reportagem: André Gomes, Cristiane Hidaka, Isadora Lionço e Pamela Santos, Luiz Cláudio Moreira e Márcio Leal

Superação no semiárido

 Com a ajuda do Bolsa Família, dona Fafá dos Santos criou oito filhos em Itapipoca – CE

Dona Fafá, como é carinhosamente chamada a cearense Maria de Fátima dos Santos, 51 anos, é ex-beneficiária do Bolsa Família. Assim como Regiane e Delci, ela devolveu o cartão do programa. Tinha percebido que conseguiria sustentar os oito filhos com a produção de verduras, hortaliças e frutas nas proximidades da sua casa, na comunidade Jenipapo, em Itapipoca (CE), a 130 quilômetros de Fortaleza.Maria de Fátima dos Santos

“Fiz questão de pedir que eles passassem o benefício para uma pessoa mais carente aqui da comunidade”, revela.

Fafá não conhece outra rotina, apenas a da agricultura. Aos dez anos, já ajudava o pai na plantação. Casou adolescente e continuou cuidando da roça. Depois, com a viuvez, teve a ajuda dos filhos para cuidar da horta.

A agricultora conta que não teria saído do lugar se não fosse o Bolsa Família. A situação melhorou ainda mais depois de ter recebido cisternas, que lhe permitiram acesso à água.

Para Fafá, a cisterna é a “coisa mais maravilhosa que já fizeram”. Tem duas: uma para o consumo da família e outra para produção. “No tempo de estiagem, já até doei água para quem ainda não tinha cisterna”, relata. Antes da construção das cisternas, “puxava” água do cacimbão que fica a 300 metros da sua casa.

Hoje, ela produz sem agrotóxicos e colocou em prática as técnicas de agroecologia que aprendeu em um curso. Já ensinou os vizinhos a plantar mastruz do lado do pé de tomate e do pimentão, o que evita pragas.

Além do milho e do feijão, Fafá cultiva cheiro verde, tomate, pimentão, alface, manga, maracujá, banana, graviola e abacaxi. Na feira agroecológica da cidade, chega a faturar R$ 500 por mês, o que completa a pensão que recebe. Fala que, sempre que precisam, os seis filhos que já casaram passam lá no seu quintal para “pegar alguma fruta”.

Com o aumento da renda, a agricultora sonha em comprar um carro. “Cada dia a gente está melhorando e quero comprar um carrinho pra andar. Já estou fazendo minhas economias”.

Texto: Rejane Gomes
Reportagem: André Gomes, Cristiane Hidaka, Isadora Lionço e Pamela Santos, Luiz Cláudio Moreira e Márcio Leal

Trabalho e transferência de renda reduziram desigualdade

Síntese de Indicadores Sociais produzida pelo IBGE mostra trajetória brasileira, entre 2004 e 2013, de crescimento com inclusão social

O crescimento inclusivo da economia brasileira, que aliou o aumento do trabalho formal, a diminuição da taxa de desemprego e os programas de transferência de renda – como o Bolsa Família – contribuiu para a redução da desigualdade no país entre 2004 e 2013. A conclusão é do relatório Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2014, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), de 2013.

A pesquisa mostrou que, de 2004 a 2013, o Índice de Gini – que mede a desigualdade social de um país – caiu de 0,555 para 0,501 (quanto mais próximo de zero, menos desigual é uma sociedade). E a participação dos 40% mais pobres na renda nacional subiu de 9,4%, em 2004, para 11,6%, em 2013. No mesmo período, a participação dos 10% mais ricos reduziu de 45,8% para 41,7%.

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Com o aumento real do salário mínimo, o rendimento do trabalho cresceu em 43% e a população economicamente ativa em 13,6 %. A quantidade de pessoas com vínculos de empregos formais aumentou 47,8% no período, chegando a 55,3 milhões de pessoas com carteira assinada. As ocupações informais caíram mais de 10% e também houve uma redução do número de pessoas desocupadas, passando de 7,8 milhões para 6,5 milhões.

Com isso, a população de baixa renda teve acesso a bens de consumo duráveis, como geladeira (92,5%) e fogão (97,5%), além de telefone celular (40,4%). Ações do Plano Brasil Sem Miséria, como os Programas Água Para Todos e Luz Para Todos contribuíram para a garantia do acesso a água para 69,4% dos brasileiros e energia elétrica em 98,4% dos domicílios do país.

Educação – A publicação ainda mostra um forte crescimento nas taxas de escolarização das crianças de 0 a 3 anos e de 4 e 5 anos de idade, que passaram de 13,4% e 61,5% para 23,2% e 81,4%, respectivamente. Já os jovens entre 15 e 17 anos, em idade para ser inserido no mercado de trabalho, estão permanecendo na escola por mais tempo. Em 2004, 59,3% somente estudava e em 2013 este número subiu para 67,8%. O relatório destaca a importância do resultado, já que “a educação é um bem coletivo essencial para a promoção da cidadania e apresenta um visível impacto nas condições gerais de vida da população, o que a torna cada vez mais imprescindível para a inserção social plena.”

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Informações para a imprensa:
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Famílias de Piraí, cadastradas no CadÚnico, são contempladas com substituição de geladeiras

piraíA princípio, 20 famílias foram contempladas. 340 famílias do município de Piraí serão beneficiadas

Republicado da Folha Vale do Café

Piraí – Aconteceu na tarde desta quinta-feira (11) a cerimônia simbólica de entrega de geladeiras a todas as famílias cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) e que possuem a tarifa social da Light. A ação consiste em recolher as geladeiras antigas das famílias e substituí-las por novas, caso queiram. O evento foi realizado no Ciep 158 – Professora Margarida Thompson, na Rua Bulhões de Carvalho, no bairro Casa Amarela, em Piraí.

 

A princípio, 20 famílias foram contempladas com a substituição de geladeiras, a escolha foi feita pela Secretaria de Assistência Social, em que cada família representa seu bairro ou distrito. Posteriormente, todas as famílias cadastradas serão contempladas com essa substituição.

João Roberto, que trabalha na Secretaria de Promoção Social de Piraí, informou o numero correto de famílias que serão contempladas com a substituição de geladeiras. Segundo João, 340 famílias do município de Piraí serão beneficiadas. Ainda de acordo com ele, o número pode chegar a 900.

De acordo com Eduardo Camillo, o Programa de Eficiência Energética, comandado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), é uma obrigação da concessionária, uma vez que dentro da tarifa de energia elétrica, todo consumidor paga meio por cento destinado a ações de eficiência energética.

 

“Esse programa de substituição é feito para famílias de baixa renda, aquelas que têm algum benefício do Governo Federal, ou seja, elas têm o Bolsa Família, têm o NIS, que é o Número de Identificação Social. Então, essas famílias têm direito, além da tarifa social, a ações do Programa de Eficiência Energética”, explicou o superintendente.

 

O superintendente enfatizou que muitas famílias não conhecem essa ação da Light e, por isso, o convênio com a Prefeitura se faz importante. Como a Prefeitura possui os cadastros das famílias que têm renda abaixo de três salários mínimos, os dados são fornecidos à empresa e assim as famílias têm o acesso às ações sem precisar ir a uma agência da Light.

 

O prefeito de Piraí, Dr. Luiz Antonio, enfatizou a importância da ação devido ao vínculo entre a eficiência energética e a economia a essas famílias.

 

“O convênio foi desenvolvido ao longo dos últimos dois meses, assinamos hoje aqui durante essa cerimônia, ele é voltado para eficiência energética e, sobretudo, para famílias de baixa renda. Mais eficiência energética pra gastar menos energia, portanto, economizar dinheiro. Então ele casa as duas coisas, fazer eficiência energética pra quem precisa economizar mais”, explicou.

 

Valdir Ramos Pereira, pedreiro e morador do bairro Jaqueira, foi contemplado com esta primeira entrega de geladeiras. Segundo ele, sua esposa fez o cadastro no Bolsa Família e dois dias antes do evento recebeu a notificação acerca da ação. Para o morador, essa substituição é benéfica. “A minha geladeira não está ruim, mas ter uma nova é melhor ainda. Mas tem gente que está com a geladeira soltando a borracha, é melhor ainda pra eles”, declarou.

 

Já Izabel de Jesus Silva, moradora do bairro Bela Vista, em Arrozal, recebeu a notificação de que receberia a geladeira devido ao cadastro de sua filha, portadora de deficiência mental, no INPS.

 

Mais de 700 MIL !

Pronatec alcança 700 mil Matrículas

Pronatec alcança 700 mil Matrículas

Hoje o Pronatec superou a maca de 700 mil alunos matriculados no Pronatec/BSM desde o começo ate o 31/12/2013 o Pronatec tem a meta de 1.000.000 Alunos matriculados em algum curso do Pronatec.

 O programa Bolsa Família e o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal conseguiram construir uma ferramenta que possibilitou uma reforma no estado brasileiro. Durante a trajetória do Bolsa Família, houve crescimento de renda e redução de desigualdades no Brasil. Entre os principais resultados alcançados foi a redução da mortalidade infantil, a criação de trabalhos formais, o aumento do salário mínimo e o fortalecimento da agricultura familiar, resultado do desejo político brasileiro.

Hoje, com o programa consolidado, a fome crônica já foi superada e, com o Plano Brasil Sem Miséria, o fim da extrema pobreza, do ponto de vista de renda, também foi alcançado, com a retirada de 22 milhões de pessoas dessa situação por meio da transferência de renda.

A utilização do Cadastro Único como ferramenta de referência para outras políticas públicas também foi destacada pela ministra do Desenvolvimento Social. Atualmente, 18 programas federais – como a Tarifa Social para Energia Elétrica, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Programa Cisternas, entre outras – têm aproveitado os dados do Cadastro para oferecer serviços públicos para a população mais pobre.

Tereza Campello ainda fez questão de frisar que, em seus 10 anos, o Bolsa Família derrubou mitos e preconceitos contra os beneficiários, especialmente a falsa crença de que a transferência de renda feita por meio do programa induziria as famílias à preguiça e à acomodação. A ministra mostrou que os beneficiários do Bolsa Família estão respondendo muito positivamente à oferta de qualificação profissional do governo. Segundo ela, em menos de dois anos, 700 mil matrículas já foram realizadas nos cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) voltados ao público do Plano Brasil Sem Miséria.