Parceria vai entregar mais 3,4 mil tecnologias de produção no Semiárido

PROGRAMA CISTERNAS

Durante anúncio de nova etapa de parceria entre MDS, BNDES e ASA, ministra Tereza Campello destacou a importância da iniciativa para a adaptação climática
Paulo Araújo/MDA

Brasília – “As cisternas são a maior ação de adaptação climática do mundo”, afirmou nesta quinta-feira (31) a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Ela participou do anúncio da segunda etapa da parceria entre Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para implantação de tecnologias de acesso à água para produção no Semiárido. “Nós conseguimos mudar a paisagem do Nordeste e a realidade do povo sertanejo.”

Serão construídas 3,4 mil tecnologias sociais para apoiar a produção agrícola, com investimento de R$ 46,8 milhões. Também serão implantados bancos comunitários para selecionar e preservar as sementes nativas adaptadas ao Semiárido. Na primeira etapa, foram investidos R$ 84 milhões para implantar 20 mil tecnologias para produção, por meio da Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC) e da Fundação Banco do Brasil (FBB).

Tereza Campello destacou o efeito produzido pela entrega de 1,2 milhão de cisternas de água para o consumo humano e outras 160 mil tecnologias sociais de apoio à produção. “O maior impacto foi passarmos por quatro anos de seca – uma tragédia – e ninguém ter migrado para os grandes centros”, destacou. Ela ainda apontou que os reservatórios, que armazenam água da chuva para ser usada durante a estiagem, contribuem para a garantia de uma maior dignidade e qualidade de vida para os mais pobres. “É uma ação gigantesca, que envolve um processo limpo: recolhe a água da chuva sem gastar energia, usa as comunidades locais para a construção e democratiza o acesso à água.”

Sandra da Silva, 35 anos, é beneficiária do Bolsa Família e recebeu uma tecnologia social de apoio à produção por meio da parceria entre o MDS, o BNDES e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Ela mora em uma comunidade quilombola em Patu (RN) e relatou no evento a dificuldade que a população rural passava. “Antes era uma dificuldade muito grande para ter água. A cisterna melhorou muito a nossa vida. Aquelas mulheres que estavam com a lata d’água na cabeça, com aquele sofrimento, já não passam mais por isso.”

Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que os investimentos na entrega de cisternas o enchem de orgulho e alegria, além de destacar a abertura para novas parcerias. “Os avanços precisam continuar para nos tornarmos uma pátria ainda menos desigual.”

O coordenador da ASA, Neidison Quintela, afirmou que o Programa Cisternas mostra que “o Semiárido não é inviável. Inviáveis eram as políticas que estavam dirigidas para a população daquela região”. Ele ressaltou ainda a importância de armazenar sementes crioulas nos mais de 600 bancos comunitários que estão sendo estruturados. “Essas ações garantem autonomia em relação ao estado, capacidade de plantio e pluralidade de sementes.”

Quintela ainda defendeu a continuidade do processo de inclusão social das famílias pobres rurais da região. “Se paramos de desenvolver esses programas, devolvemos toda aquela população à dimensão da miséria, de abandono”, afirmou. “Precisamos garantir as políticas de inclusão para tornar a vida das pessoas melhor e mais digna.”

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